Tuesday, July 25, 2006

Vamos dar o troco para esses sujeitos que prometem mundos e fundos e depois nos fazem de trouxa: quantos foram expulos? Quem os expulsou?
Resumo da Câmara



PF flagra conversa de deputados e sanguessugas

Reportagem de O Globo revela que a Polícia Federal não flagrou apenas conversas entre assessores parlamentares e os responsáveis pelas fraudes identificadas pela Operação Sanguessuga. Relatório reservado em poder da CPI que investiga o esquema mostra que pelo menos 17 parlamentares também foram fisgados em comprometedoras conversas com Darci José Vedoin e Luiz Antônio Vedoin, apontados como chefes da organização acusada de vender ambulâncias e ônibus escolares superfaturados.

Nas conversas, deputados e acusados de envolvimento com a máfia da ambulância conversam sobre as fraudes, emendas parlamentares e projetos políticos pessoais, entre outros delicados assuntos que, mais tarde, se tornariam o centro de um dos maiores escândalos dentro do Congresso Nacional desde a CPI do Orçamento, no início da década passada.

A matéria, de Jailton de Carvalho, diz que, nos diálogos, deputados e empresários economizam palavras, usam códigos e, em alguns casos, deixam para tratar em encontros pessoais de algumas questões não declaradas. Desde o ano passado, a máfia dos sanguessugas sabia que estava sendo grampeada pela Polícia Federal.

Num dos diálogos mais inusitados, o deputado Neuton Lima (PTB-SP) manda Luiz Vedoin, a quem chama de Luizão, levar oito ambulâncias de uma frota de 17 recém-adquiridas para um barracão em Indaiatuba, cidade do interior de São Paulo. "O deputado diz que já pode mandá-las para Indaiatuba e guardá-las em barracão dele", informa o relatório. Numa conversa posterior, Luiz Vedoin comenta com o pai, Darci Vedoin, sobre o "pagamento de R$ 10 mil ao deputado", acrescenta o documento. Em resposta, Darci diz que "negociará retribuição".

O deputado Fernando Gonçalves (PTB-RJ) é mais cauteloso. Ele telefona para Darci e chama o empresário para uma conversa no gabinete. Mas o cuidado foi em vão. Num diálogo com o filho, Darci Vedoin revela tudo o que teria falado com o deputado e pergunta se ainda "tem alguma coisa" que poderia ser feita para ele. Um dos dois diz que "já deram R$ 250 mil" ao deputado e que, se Gonçalves apresentar algumas emendas, em duas semanas seria possível ampliar a ajuda financeira. "Luiz conclui dizendo que depois de carimbar as emendas, ele manda de R$ 20 mil a R$ 30 mil para o deputado", diz o relatório.

O deputado Nilton Capixaba (PTB-RO), segundo-secretário da Mesa, considerado um dos mais próximos aos Vedoin, é o mais demorado nos diálogos. Capixaba foi flagrado em conversas com Darci e Luiz Vedoin. O deputado reclama do vazamento de informações sobre as fraudes e demonstra preocupação com as investigações do Ministério Público Federal. Capixaba alerta a Darci que "se forem feitas vistorias, vai dar pepino". Com experiência no ramo, o empresário ensina o deputado a dizer que "as ambulâncias chegaram com defeito".

O relatório reservado apresenta ainda várias outras conversas em que, embora não tratem de dinheiro, emendas ou ambulâncias, deputados e sanguessugas demonstram extrema intimidade. Numa dessas séries de conversas, o deputado João Caldas (PP-AL) chama Darci Vedoin de amigo. O empresário trata Caldas, quarto-secretário da Mesa, como "patrão". As conversas, mencionadas no relatório, foram gravadas pela Polícia Federal com autorização judicial durante a Operação Sanguessuga.

Veja os trechos das conversas reproduzidos por O Globo:

Dezessete deputados foram flagrados pela PF em conversas por telefone com Darci José Vedoin, Luiz Antônio Trevisan Vedoin e Maria da Penha Lino, entre outros chefes da máfia dos sanguessugas, segundo relatório em poder da CPI dos Sanguessugas. Algumas conversas são vagas, outras cifradas e algumas muito comprometedoras:

Fernando Gonçalves (PTB-RJ)

Liga para Darci Vedoin e o chama para conversar em seu gabinete.

Isaías Silvestre (PSB-MG)

Diz a Darci Vedoin, em código, que algo "deu certo". Vedoin confirma o "recebimento de valores".

João Caldas (PL-AL)

Quarto secretário da Mesa, o deputado chama Darci Vedoin de amigo. Vedoin chama o deputado de patrão.

José Divino (PRB-RJ)

Pede a Raquel, funcionária de Luiz Antônio Trevisan Vedoin, para avisar o empresário que ele ligou.

Lino Rossi (PP-MT)

Atualmente licenciado, pede a Darci Vedoin que fale com uma mulher identificada como Célia sobre compra de ambulâncias pela Assembléia Legislativa de Mato Grosso. O deputado também conversa sobre emendas com Maria da Penha Lino.

Nélio Dias (PP-RJ)

Conversa com Darci Vedoin sobre problema na compra de carro em Ipanguassu, que teria sido descoberto pelo Tribunal de Contas da União.

Neuton Lima (PTB-SP)

Chama Luiz Vedoin de Luizão e manda o empresário guardar oito de 17 ambulâncias compradas com verbas federais num barracão em Indaiatuba (SP).

Nilton Capixaba (PTB-RO)

Em longos diálogos, fala com Darci e Luiz Vedoin sobre os riscos de uma investigação sobre as licitações para as compras de ambulâncias. Num determinado momento, o deputado diz que "se forem feitas vistorias, vai dar pepino". Darci Vedoin ensina Capixaba a dizer que as ambulâncias chegaram com defeito.

Osmânio Pereira (PTB-MG)

Conversa com Ivo, genro de Darci Vedoin. O deputado diz que "o ministro quer pagar o processo", mas o projeto do Hospital São Francisco estaria irregular. Deputado diz que preços estão superfaturados e "ficou chato".

Pedro Henry (PP-MT)

Liga para Maria da Penha Lino e pede que ela interceda para agilizar a tramitação um processo de construção de um ambulatório. O projeto estaria no Ministério da Saúde.

Irapuan Teixeira (PP-SP)

Ele e Darci Vedoin falam por telefone e marcam uma conversa para "tomar um café".

Eduardo Gomes (PSDB-TO)

Combina com Darci Vedoin doação de ambulância para Figueirópolis.

Eduardo Seabra (PTB-AP)

Fala com Darci Vedoin sobre projeto político ambicioso em alguns munícípios. Vedoin diz não querer falar muito naquele número de telefone.

Elaine Costa (PTB-RJ)

Cobra de Luiz Antônio Trevisan Vedoin dois carros. Vedoin fala da dificuldade de entregar carros licitados pagos com um único cheque.

Enivaldo Ribeiro (PTB-PB)

Conversa com Ronildo Medeiros, um dos sócios dos Vedoin, sobre a vitória nas eleições de Campina Grande.

Jeferson Campos (PTB-SP)

Fala com Darci Vedoin e marca encontro com o empresário para o dia seguinte.

Benedito

Darci Vedoin diz ao deputado, identificado apenas como Benedito (a Câmara tem dois parlamentares chamados Benedito), que mandou 20 das 40 ambulâncias. Darci ressalta amizade e favores que teria feito ao deputado.

Deputados negam envolvimento com sanguessugas

O deputado Neuton Lima (PTB-SP) admitiu que conversou pelo menos uma vez com o empresário Luiz Antônio Trevisan Vedoin, como mostra diálogo reproduzido domingo por O Globo. Lima, porém, negou ter recebido qualquer pagamento do empresário. O petebista não soube explicar, no entanto, por que teria mandado o empresário guardar oito ambulâncias num barracão. Irritado, disse que só falará sobre o assunto depois que for notificado oficialmente. "Eu nunca recebi dinheiro de ninguém", afirmou.

Segundo O Globo, o deputado Isaías Silvestre (PSB-MG) primeiro tentou negar qualquer relação com os Vedoin, mas depois de confrontado com as gravações admitiu que teve várias conversas com Darci José Vedoin, uma delas ainda no início deste ano, quando a Polícia Federal e o Ministério Público já estavam na fase final da Operação Sanguessuga. "Ele me ligou oferecendo algum serviço de atendimento a prefeituras", disse. O deputado alega, porém, que não atendeu a pedido e nem recebeu favor algum de Darci Vedoin.

Uma assessora de Nélio Dias (PP-RN) confirmou que o deputado conversou com Darci. Ela alega que o deputado queria apenas que o empresário liberasse uma ambulância comprada pela prefeitura de Ipanguassu. Os deputados João Caldas (PP-AL), Nilton Capixaba (PTB-RO), Fernando Gonçalves (PTB-RJ), Osmânio Pereira (PTB-MG) e Irapuan Teixeira (PP-SP) não retornaram os recados deixados pelo Globo em seus gabinetes ou nos seus celulares.

Envolvidos em escândalos buscam vaga na Câmara

Parlamentares acusados de envolvimento com a máfia das ambulâncias, com o esquema do mensalão e outras irregularidades que balançaram a república nos últimos três anos tentam manter ou reconquistar uma cadeira na Câmara nas eleições de outubro. Entre os 19 deputados envolvidos com o mensalão, nove vão tentar estender seus mandatos por mais quatro anos. E três que renunciaram tentarão voltar à Casa.

A lista de deputados envolvidos na venda de ambulâncias superfaturadas, a partir de emendas parlamentares, tem 57 denunciados pela Procuradoria Geral da República à Justiça. Os nomes, no entanto, permanecem em sigilo. Apenas 17 suspeitos tiveram seus nomes divulgados pela Corregedoria da Câmara e pela CPI dos Sanguessugas. Desses, apenas a deputada Zelinda Novaes (PFL-BA) não pretende concorrer à reeleição.

O ex-presidente da Câmara Severino Cavalcanti (PP-PE), o ex-ministro da Fazenda Antonio Palocci e o ex-presidente do PT José Genoino, que caíram de seus cargos após denúncias de irregularidades, também ambicionam ocupar uma cadeira na Câmara.

Dos 11 deputados absolvidos pelos colegas por receberem dinheiro de caixa dois do empresário Marcos Valério, nove trabalham para continuar no poder. Roberto Brant (PFL-MG) desistiu da candidatura e anunciou ter abandonado a vida pública. José Janene (PP-PR), único que ainda aguarda a votação do processo de cassação, não concorre alegando problemas de saúde.

Os deputados cassados perderam os direitos políticos por oito anos, mas não deixarão de lado a campanha. Roberto Jefferson (PTB-RJ) e José Dirceu (PT-SP) trabalham para ser representados. O primeiro vai tentar eleger a filha, Cristiane Brasil (PTB-RJ). E o segundo tenta reeleger aliados como Ângela Guadagnin (PT-SP), que ficou conhecida em todo o país pela dança da pizza, conta O Globo.

Veja a lista dos envolvidos em escândalos que concorrerão nas eleições de outubro:

Mensalão
Deputados
José Mentor (PT-SP)
João Magno (PT-MG)
João Paulo Cunha (PT-SP)
Josias Gomes (PT-BA)
Romeu Queiroz (PTB-MG)
Sandro Mabel (PL-GO)
Vadão Gomes (PP-SP)
Professor Luizinho (PT-SP)
Pedro Henry (PP-MT)

Renunciaram e pretendem voltar
Valdemar Costa Neto (PL-SP)
José Borba (PMDB-PR)
Paulo Rocha (PT-PA)

Tentam voltar à vida pública
José Genoino (PT-SP)

Sanguessugas
Deputados
Almir Moura (PFL-RJ)
Fernando Gonçalves (PTB-RJ)
Isaías Silvestre (PSB-MG)
João Batista (PP-SP)
João Correia (PMDB-AC)
João Caldas (PL-AL)
Marcos Abramo (PP-SP)
Maurício Rabelo (PL-TO)
Neuton Lima (PTB-SP)
Nilton Capixaba (PTB-RO)
Paulo Baltazar (PSB-RJ)
Professor Irapuan Teixeira (PP-SP)
Reginaldo Germano (PP-BA)
Reinaldo Gripp (PL-RJ)
Vieira Reis (PRB-RJ)
Wellington Dias (PL-MT)

Mensalinho
Severino Cavalcanti (PP-PE)

Violação do sigilo do caseiro
Antonio Palocci (PT-SP)

Grampo complica deputado Fernando Gonçalves

Escutas telefônicas feitas pela Polícia Federal na Operação Sanguessuga mostram que as empresas envolvidas com o esquema de compra de ambulâncias superfaturadas teriam pago R$ 250 mil a parlamentares. De acordo com reportagem de O Estado de S.Paulo, a revelação é feita em um diálogo gravado em novembro de 2005, entre Darci Vedoin e seu filho, Luiz Antônio Trevisan Vedoin, donos da Planam, principal empresa ligada ao esquema.

Segundo o jornal, na conversa pai e filho acertaram valores a serem supostamente passados ao deputado Fernando Gonçalves (PTB-RJ). Em outra ocasião, Luiz Antônio comenta que teriam dado ao deputado R$ 250 mil e "não saiu nada", sugerindo que seria melhor aguardar as emendas.

"O Fernando, veja bem, aquela vez a gente deu 250 (R$ 250 mil, de acordo com a Polícia Federal), não saiu nada", diz Luiz. "Eu levo uns 20, 30 (mil reais), mas só depois que ele fizer".

MP denuncia Onyx por propaganda antecipada

O Ministério Público Eleitoral no Rio Grande do Sul entrou com representação contra o deputado Onyx Lorenzoni, candidato à reeleição, e seu partido, o PFL, por propaganda eleitoral antecipada. Na quarta-feira passada, um dia antes do prazo legal para o começo da propaganda eleitoral, o pefelista colocou placas com sua foto, nome e cargo na fachada do diretório estadual do partido em Porto Alegre.

Na representação à Justiça Eleitoral, o procurador regional eleitoral substituto Vitor Hugo Gomes da Cunha ressaltou que o Tribunal Superior Eleitoral considera propaganda antecipada a associação do nome do candidato a seu tradicional lema de campanha, fotografia, cargo ocupado e partido político ao qual é filiado.

Na avaliação do MP Eleitoral, o candidato desrespeitou o prazo legal, "queimando a largada" e ferindo o princípio da igualdade entre os concorrentes. O pedido é de suspensão da propaganda e a aplicação de multa entre R$ 21 mil e R$ 53 mil, paga solidariamente pelo candidato e seu partido.



ATUALIZADA EM: 10/07/2006

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